CANA-DE-AÇÚCAR UM ALIMENTO PARA RUMINANTES

No Brasil temos a criação de animais ruminantes, fazem parte desta categoria:

  • Caprinos representados pelas as cabras, bodes, cabritos,
  • Ovinos, a exemplo de ovelhas, carneiros, cordeiros,
  • Bovinos, conhecidos como vaca, boi, bezerro,
  • Bubalinos, búfalo, búfala.

Estes animais precisam ser alimentados corretamente para  oferecer lucro ao pecuarista, pois a comida serve tanto para manter o animal vivo quanto para estimular a produção de leite e carne.

Um dos desafios na criação de ruminantes é a oferta de alimentos, no caso do Brasil temos a influencia do clima, porque tem época do ano que chove menos ou quase nada, esta falta de chuva diminui a qualidade e quantidade de pasto para os animais, sendo assim, diminui o alimento.

Então em época de seca é necessário alimentar os animais com outros tipos e alimentos que não é pasto, uma das opções é a cana-de-açúcar.

A cana-de-açúcar é plantada no Brasil desde a época em que era uma colônia de Portugal, a princípio esta planta teve sua área de cultivo com o objetivo de fabricar açúcar, mas, com o passar dos anos a cana tornou-se fonte de álcool, no caso o etanol, atual biocombustível de importância na economia brasileira.

O aumento de áreas para plantio da cana no país possibilitou um desenvolvimento rápido da região centro-oeste, que antes já era destaque na produção de grãos como soja e milho, hoje vem se destacando na produção de açúcar e etanol.

Além de açúcar e etanol, o processamento da cana planta produz resíduos que podem ser utilizados na biofertilização do canavial e também na alimentação de animais ruminantes.

Sem falar que, a colheita e alta no processamento da cana ocorre na época mais seca do ano, facilitando o uso de seus resíduos na alimentação dos animais, pois é nesta mesma época que o pasto se encontra seco e com pouca capacidade de alimentar os animais que nele pastejam.

 

Cana  uma fonte de volumoso

A cana-de-açúcar é uma fonte de volumoso  na alimentação ruminantes, pois mais vale um bucho cheio do que vazio.

Neste caso a cana consegue oferecer os nutrientes essenciais para manter o ruminante de pé, porque sua participação como volumoso compensa a falta de fibra na alimentação do animal, e sua fibra é mais difícil de ser digerida quando comparado ao capim, assim oferece menos energia, não sendo suficiente para se expressar no ganho de peso ou aumento na produção de leite.

 

Silagem de cana-de-açúcar

A silagem é um alimento volumoso que é formado a partir da  fermentação de forrageiras, no caso da cana tem melhor valor nutricional do que da planta in natura (picada e servida fresca).

A silagem de cana-de-açúcar pode ser utilizada na alimentação de ruminantes na entressafra ou em condições climáticas desfavoráveis para o pasto (seca).

Dar silagem para os animais é vantajoso por facilitar a preservação do alimento, e facilita o trabalho do dia a dia do tratador porque a silagem evita ter que picar a cana   diariamente.

A cana ensilada sofre fermentação, processo que melhora a digestibilidade do alimento sendo uma fonte de carboidratos, fibras, açúcares, proteínas e minerais.

 

Bagaço de cana-de-açúcar

O bagaço é uma opção de alimento para os ruminantes, possui fibra sólida que saiu da  moagem durante o processamento da planta, na fase que ocorre a  retirada do caldo da cana-de-açúcar, para produção de etanol ficando  o bagaço.

O bagaço também é conhecido como “restos da cana moída”,  tem água, fibra (celulose), sacarose e sujeiras, devido a quantidade de açúcar é considerado u alimento energético para os ruminantes, ou seja, sua digestão fornece energia para o animal.

 

Melaço de cana-de-açúcar

O melaço é produzido durante a turbinagem da massa cozida na industrialização da cana, é um líquido viscoso, marrom-escuro, denso, concentrado em sacarose, sais minerais (cálcio, magnésio, potássio) e vitaminas.

O melaço é um resíduo da agroindústria que pode ser oferecido na alimentação de ruminantes e também adicionado a forragens de baixa qualidade nutricional,  na proporção de 2:8 (melaço: água), com o objetivo de melhorar a qualidade nutricional da forrageira, pode servir como palatabilizante, pois dá sabor adocicado na ração ou volumoso, estimulando a ingestão da mistura de alimentos. dos alimentos e estimular o consumo maior da porção volumosa pelos ruminantes.

 

Cana + uréia

A adição de uréia na cana-de-açúcar tem a função de tornar este volumoso mais nutritivo, a presença da uréia aumenta o teor de proteína bruta da cana, porque a uréia é uma fonte de nitrogênio não proteico, deve adicionar 1,0% de uréia na matéria natural da cana-de-açúcar.

 

Cana Hidrolisada

A  hidrólise da cana-de-açúcar ajuda a aumentar o tempo de armazenamento após a picagem, ajuda também a digestão a fibra aumentando a digestão deste alimento pelas bactérias  no rúmem do animal.

A fração fibrosa hidrolisada tem como resultado a solubilização da parede celular da cana-de-açúcar, aumenta a disponibilidade da celulose, pode usar pra essa hidrólise o hidróxido de cálcio .

Além da hidrólise da cana in natura, o feno de cana pode ser hidrolizado, além de melhorar a qualidade nutricional do feno, reduz a presença de microrganismos indesejáveis no alimento.

Enfim, a cana-de-açúcar é um alimento interessante para os pecuaristas que criam ruminantes, em regiões que tem usina de açúcar e álcool a oferta de seus derivados é uma alternativa barata e quando dado aos animais corretamente, consegue garantir a saúde e desempenho da criação, sem risco de perda de produtividade ao passar pela estação seca da região.

 

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