Capacidade de uso e aptidão agrícola da terra

A terra é o nome dado ao nosso lar, planeta onde habita a humanidade e uma variedade incontável de espécimes animais e vegetais. O planeta terra ou Azul, tem aproximadamente 29% de superfície seca. Esta parte seca do planeta é formada por montanhas, planaltos, planícies e desertos.  Apenas  13% da área seca do planeta é formada por solo agricultável. Menos da metade do solo agricultável é utilizado de fato para cultivo de alimentos e para a criação de animais em pastagem.

No planeta terra, habitam 200 nações, pessoas que precisam se alimentar,  moradia e água potável para sobreviverem.  Atualmente a terra abriga mais de sete bilhões de pessoas.  No Brasil, o principal uso de seu território é com a produção de alimentos.

A agricultura brasileira usa 320 milhões de hectares de terra para produção de alimentos. A maioria a terra é utilizada para formação de pasto(52%), o restante é utilizado para lavouras, pomares, hortaliças.

O uso da terra, para fins de agricultura, foca o uso correto do solo. O solo é formado por um conjunto de elementos químicos e biológicos que interagem com o clima e as intervenções humanas.

A quantidade de alimentos produzidos na terra são dependente das condições do solo. Os fatores que afetam as características do solo são: a quantidade de água, de minerais, de matéria orgânica, além da temperatura e declividade do terreno.

Componentes da terra

Na terra, o solo é composto pelos principais elementos químicos, cálcio, fósforo, ferro, alumínio, magnésio, argila, quartzo (areia), matéria orgânica. Estes componentes juntamente com a água são os responsáveis pela manutenção da vida macro e microbiológica no solo.

A quantidade orgânico mineral no solo dá origem a vários tipos de solo. O solo pode ser arenoso, onde a água tem rápida infiltração ficando seco rapidamente e de fácil perda de partículas pelo vento.

O argiloso dificulta a infiltração da água, dependendo da declividade da região e quantidade de chuva este tipo de solo pode facilitar aparecimento de enchente. É árido o solo que não contém umidade ou água de chuva, a exemplo dos desertos de areia.

Existe solo formado por calcário surge em regiões montanhosas, formato por pedrinhas, é um solo muito quente. Também tem o solo orgânico, aquele que tem muita matéria orgânica ou húmus em sua composição.

O do tipo latossolo é aquele solo com  quantidades elevadas de alumínio e/ou ferro. Já o solo lixiviado é aquele que tem seus nutrientes levados pela água, enquanto que o solo siltoso costuma ter erosão com facilidade.

A composição biológica do solo consiste na presença de fungos, bactérias, insetos, anelídeos (por exemplo a minhoca), organismos importantes no bioma da terra. Estes componentes biológicos no solo colaboram com o desenvolvimentos de outras espécies vegetais.

O solo consegue manter os pomares de frutas, sementes, forrageiras que são alimentos para os animais e as pessoas. Possui componentes utilizados para produzir alimentos e sustentar a vida sobre o planeta terra. O solo, a água, os minerais e matéria orgânica são em seu conjunto, e interação com a temperatura, vento, entre outros aspectos físicos, importantes para a sobrevivência de todos os seres terrestres.

Uso agrícola da terra

O principal elemento da terra utilizado pela agricultura é o solo. No solo é possível usar os nutrientes para o cultivo das plantas, para a alimentação das pessoas e dos animais. A terra é utilizada para o cultivo de culturas anuais, por exemplo: milho, soja, trigo, arroz, feijão, amendoim, batata, entre outros. As culturas perenes cultivadas são por exemplo: capim braquiária, limoeiro, eucalipto, cafeeiro, etc.

Diante os fatores, físicos, químicos e microbiológicos, o uso racional do solo é essencial para uma atividade agrícola de sucesso. Um aspecto interessante é a ferramenta agronômica denominada análise da capacidade de uso do solo.

A capacidade de uso agrícola do solo é a descrição das condições gerais do solo para assim planejar as intervenções necessárias afim de dar as condições ideias de solo para a condução da produção vegetal sobre o solo estudado.

A verificação da capacidade de uso do solo consiste no conhecimento da quantidade de nutrientes, quantidade de água, perfil microbiológico, quantidade de matéria orgânica, relevo do terreno, textura, pontos importantes na escolha da cultura a ser implantada e do maquinário adequado á situação do solo.

A Capacidade de uso de terra (estrutura)

O uso da terra pode ser classificado em grupos:

Grupo A, a terra  pode ser utilizada para a condução de culturas anuais, pastagens, reflorestamento, ou seja, é um tipo de terra que suporta qualquer intensidade de uso.

No grupo B, a terra apresenta uma intensidade de uso apenas para pastagem e reflorestamento.

Enquanto que no C, a terra  é utilizada para fins de preservação ambiental, fauna e flora, uma importante fonte e preservação dos recursos hídricos, e turismo rural.

Ainda dentro da classificação estrutural as terras podem ser subdividas em classes, esta subdivisão considera a necessidade de utilizar práticas de conservação do solo e da água na área de cultivo.

A conservação do solo é importante para garantir uma atividade agrícola sustentável com o máximo de eficiência produtiva do vegetal.  Dentre as práticas de conservação adotadas podemos citar o controle da erosão do solo, manutenção e melhoramento da estrutura do solo e da quantidade de água. São oito as classes de capacidade de uso da terra conforme sua estrutura.

 

Subclasses de capacidade de uso da terra

As subclasses de capacidade de uso da terra considerando sua característica estrutural, consiste na subdivisão das classes de capacidade de uso conforme a natureza de sua limitação para uso agrícola.

São classificadas pelas letras:

e, define a limitação de uso da terra pela presença ou risco de erosão.

s, aponta problemas do solo a nível das raízes como limitação ao uso da terra, por exemplo, espessura, textura, retenção de bases, quantidade de alumínio, entre outros.

a, considera como limitação o comportamento hídrico do terreno, ou seja, risco de inundação, quantidade de oxigênio disponível para a cultura.

c, leva em consideração as condições climáticas da área, secas, geadas, granizos, chuvas torrenciais.

 

Algumas Características da Terra como indicador de sua capacidade de uso agrícola

Profundidade efetiva nada mais é do que, a profundidade do solo em que as raízes conseguem permanecer sem limitações, verificada por observação de barrancos, sondagens com o trado ou trincheiras.

Textura, o tamanho das partículas que formam o solo, desde mais grossa, pedregosa até mais fina, argila.

Permeabilidade, aponta a característica do perfil do solo, ou seja, consiste numa análise da textura, estrutura, profundidade efetiva, cor, e presença de água numa porção de solo.

Declividade do terreno ou seja, seu grau de inclinação.

Erosão, seja laminar ou em sulco, dada pela observação da presença de deslocamento de porções de terra, sua frequência e profundidade.

 

Aptidão agrícola da terra

A aptidão agrícola é um procedimento que se encaixa em qualquer região,  tecnologia, tipo de clima, tipos de solo, e capacidade socioeconômica do produtor, devido se fundamentar nas informações dadas pelo levantamento das características exclusivas de cada espaço estudado.

O estudo sobre a Aptidão agrícola das terras consiste em apontar o melhor sistema de manejo da terra a partir da análise de um conjunto de qualidades e limitações que servirão de base para seu uso eficiente. Para chegar a uma conclusão da aptidão agrícola é necessário o levantamento de fatores edafoclimáticos da terra.

Os fatores edafoclimáticas abordados pela aptidão agrícola são a fertilidade, quantidade de água, quantidade de oxigênio, presença ou ausência de erosão e viabilidade de mecanização no terreno.

Após análise da terra podemos chegar ás seguintes aptidões agrícolas da terra:

Boa, representada por terras que conseguem sustentar uma produção agrícola sem limitações, com vantagem de obter uma produtividade a custo baixo, devido menor necessidade de insumos para a condução da cultura.

Regular, ocorre quando a terra possui limitação moderada para o desenvolvimento agrícola, ou seja, exige um manejo do solo de forma a contornar as limitações apresentadas, onde o custo benefício é viável.

Restrita, estas terras apresentam fortes limitações para uma produção sustentável, onde tem alto risco na redução da produção em relação ao custo de produção, devendo ser observado com cautela para não gerar prejuízos ao produtor.

Inapta, são terras inadequadas á produção agrícola.

 

Considerações finais

Então de acordo com o apresentado  é importante o conhecimento  da capacidade de uso da terra, onde informações sobre as condições físicas, químicas e biológicas do solo e sua interação com as condições climáticas da região onde se encontra , e também o ambiente natural, sob a interpretação da capacidade agrícola da terra, são garantia de uma produtividade vegetal, de um agronegócio competitivo e forte no mercado mundial com sustentabilidade a fim de fornecer alimentos em quantidade e qualidade satisfatórias para a humanidade.

 

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