Inversão sexual na piscicultura

A piscicultura é um dos ramos da aquicultura. Organismos aquáticos também são produzidos na aquicultura (camarões, mexilhões). No entanto a piscicultura  é uma importante fonte de peixes para criação, ornamentação ou consumo. Na produção de proteína animal para consumo, a piscicultura impacta a  sociedade e o agronegócio, pois gera emprego e renda.

No decorrer dos anos, a piscicultura aperfeiçoou  técnicas de produção. Há investimento de recursos e pesquisas nas áreas de melhoramento genético, nutrição, manejo, sanidade e bem-estar animal. Todo o empenho no setor se deve á  necessidade de se produzir rápido em densidade alta com uso de  espaços menores.

Além do menor espaço, o cultivo de peixes na piscicultura moderna tem uma produção baseada em lotes unissexuados. A produção de peixes do mesmo sexo permite uma alta rentabilidade.  Criar uma população de peixe  monosexado tem como benefícios: produção exclusiva do sexo (relação peso e ou tamanho), controle da reprodução em cativeiro, redução de custos com a atividade, uniformidade dos lotes ao abate, qualidade da carne, produção de ova (caviar),  diminuição dos riscos de impactos ambientais em águas naturais.

Como ocorre a sexagem em peixes?

A sexagem dos peixes é resultado de um sistema de determinação sexual variável, pois além do fator genético o ambiental também interfere .  Após a eclosão das larvas, acontece a diferenciação sexual, tamanho e idade onde acontece a definição do sexo varia de espécie para espécie de peixe.

Essa peculiaridade na definição do sexo em peixes possibilita ao piscicultor manipular o sexo dos peixes. A produção de lotes monosexuados (somente de machos ou de fêmeas), depende das característica zootécnicas mais eficientes conforme o sexo  do peixe.

Nos peixes a diferenciação sexual acontece conforme a classe. Os peixes gonocóricos, a diferenciação sexual das gônadas segue a diferenciação ovariana ou testicular  a partir da gônada indiferenciada.  Em algumas espécies
ocorre primeiro o desenvolvimento de ovários em toda a população. No estágio juvenil, a estrutura ovariana regride em um determinado número de indivíduos da população formando testículo.  Ou seja, todos os peixes desenvolvem ovários, a princípio todos fêmeas, no decorrer do tempo do estágio juvenil, alguns desenvolvem testículos, passando a ser machos.

As condições ambientais em que os peixes estão também afeta a diferenciação sexual , o sexo fenotípico resultante pode diferir do sexo genético herdado. O sexo fenotípico em peixes pode ser alterado  por hibridização, ginogênese, androgênese,  uso de esteróides sexuais. Algumas espécies de peixe, a masculinização, por exemplo, é realizada com a aplicação de  inibidores de aromatase.

 

Inversão sexual hormonal em peixes

Na inversão sexual de peixes a nível industrial é comum o uso de hormônios  para a obtenção de populações monosexo.

O uso direto consiste em  administrar diretamente os hormônios aos peixes que terão sua inversão sexual.  A  inversão indireta ocorre quando (reprodutores e matrizes) são peixes que já passaram pela inversão sexual e são usados para produzir linhagens exclusivas de um só sexo.

A inversão hormonal direta , por exemplo, para a obtenção  de fêmeas utiliza estrógenos e para formação de machos usa-se andrógenos ou inibidores estrogênicos. O uso de hormônio diretamente no lote deprecia a segurança biológica do produto se não manejado corretamente.

O método indireto de inversão sexual é o mais seguro para os consumidores de peixes pois não há hormônio residual na carcaça.  Uma vez identificados os neo-machos  ou neo-fêmeas ou  super fêmeas ou super machos no plantel, a produção monosexo é contínua e sem uso de hormônios nos peixes. Este manejo quando bem realizado gera ganhos tanto para o piscicultor quanto para o consumidor.

 

 

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