A produção de alimentos, grãos, arroz, milho, feijão, trigo, hortaliças, frutas e legumes é o foco da agricultura, com técnicas que vem se desenvolvendo ao longo dos anos com o objetivo de otimizar a produção aumentando a produtividade sem aumentar o espaço de cultivo dos alimentos.O aumento da população de pessoas e animais impulsiona os negócios e a produção agrária, urgindo então a necessidade de aumentar tanto a quantidade quanto a qualidade respeitando a diversidade. Sendo assim, sugiram opções de investimentos acirrados em maquinários e tecnologias e capacitação de trabalhadores no campo, tornando este setor da economia competitivo e atraente.
Entretanto, com o aumento da produção aumentou também os efeitos colaterais, como o desmatamento de áreas para plantar afetando o clima, surgiu então a preocupação com o desenvolvimento de técnicas de plantio para produzir mais no mesmo espaço ou até mesmo em espaços menores.
Agricultura regenerativa 
As pesquisas na área agronômica são importantes para consolidar técnicas eficientes no aproveitamento racional e sustentável das áreas agricultáveis, que além de produzir alimentos, protege o solo, principal responsável por ofertar nutrientes para as plantas poderem germinar, crescer de forma saudável com excelente produtividade.
Neste contexto surge a Agricultura Regenerativa baseada num sistema de práticas agrícolas que visa melhorar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade, capturar carbono e promover a resiliência dos ecossistemas agrícolas. Sendo uma alternativa aos métodos convencionais de agricultura que podem degradar o solo e esgotar os recursos naturais ao longo do tempo, pois enfatiza técnicas que regeneram e restauram os recursos naturais.
Alguns componentes da agricultura regenerativa:
Rotação de culturas
Técnica agronômica que faz uso da alternância entre o cultivo de milho e soja,por exemplo, onde os agricultores cultivam milho em um ano e, no ano seguinte, plantam soja na mesma área, o que resulta em benefícios agronômicos, como a quebra do ciclo de pragas e doenças específicas de cada cultura, a melhoria da estrutura e fertilidade do solo e a redução da dependência de insumos químicos, como pesticidas e fertilizantes.
Conservação de solo, consiste na adoção de práticas que reduzem a erosão do solo, como a cobertura morta, plantio direto e técnicas de cultivo mínimo; Na cobertura morta, uma camada de material orgânico é mantida sobre o solo, (palha, folhas, restos de culturas anteriores), para proteger o solo da erosão causada pelo vento e pela água, reduz a evaporação da umidade do solo e suprime o crescimento de ervas daninhas.
Plantio Direto
Estratégia onde ocorre o plantio das sementes diretamente no solo sem ará-lo previamente ajudando a preservar a estrutura do solo, reduz a perda de nutrientes e água, e minimiza a compactação do solo. Temos também Técnicas de Cultivo Mínimo, que ajuda a reduzir a perturbação do solo ao mínimo necessário. Neste caso, utiliza-se equipamentos agrícolas específicos que afetem menos o solo, como arados de discos em vez de arados de aiveca profunda, ou o uso de culturas de cobertura para proteger o solo entre as culturas principais.
Integração Agricultura Pecuária
Baseada na criação de animais junto com o sistema agrícola de forma que contribuam para a fertilidade do solo e no manejo da vegetação, essa integração animal é uma prática que reconhece a interdependência entre plantas e animais na agricultura. Aproveitando dessa relação de forma a promover sistemas agrícolas mais sustentáveis e resilientes; no entanto essa prática na agricultura exige conhecimento e controle sobre o processo de inclusão dos animais dentro do sistema agrícola, de maneira sustentável para melhorar a saúde do solo, aumentar a fertilidade e promover a sustentabilidade do sistema como um todo.
Agrofloresta
Sistema de produção agronômica caracterizado pela integração de árvores, arbustos e culturas agrícolas em um mesmo sistema, promovendo a diversidade onde as árvores desempenham múltiplas funções: fornecer sombra, proteção contra erosão do solo, captura de carbono da atmosfera, produção de madeira, frutas, castanhas ou outros produtos madeireiros e não madeireiros. Os benefícios do microclima criado pela vegetação arbórea são muitos quando integramos os animais, tanto para o meio ambiente quanto para a conservação da biodiversidade, pois interfere na ciclagem de nutrientes e economia e cultura social através da diversificação da produção, aumento da segurança alimentar e geração de renda para agricultores familiares.
Compostagem
Método utilizado para reciclar resíduos orgânicos e melhorar a fertilidade do solo, consiste num processo natural de decomposição de matéria orgânica, como restos de alimentos, folhas, aparas de grama e outros resíduos vegetais, em um material rico em nutrientes chamado composto. É um processo realizado por microrganismos (bactérias, fungos) que consomem os resíduos orgânicos como fonte de alimento, convertendo-os em dióxido de carbono, água e matéria orgânica estabilizada, resultando num excelente fertilizante orgânico, rico em nutrientes essenciais para as plantas, como nitrogênio, fósforo, potássio e outros minerais. Além de produzir um fertilizante orgânico de alta qualidade, a compostagem também contribui para a redução do volume de resíduos orgânicos enviados para aterros sanitários, minimizando a produção de gases de efeito estufa e ajudando a combater as mudanças climáticas.
Enfim, a agricultura regenerativa contribui com os sistemas agrícolas mais sustentáveis e resilientes, preserva a saúde dos ecossistemas mediante as mudanças climáticas.
